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Curadoria de dados de pesquisa: o que é isso e como começar?

SIBiUSP 2019

Por Elisabeth Dudziak

A curadoria de dados de pesquisa é o processo de gerenciamento de dados de pesquisa durante todo o seu ciclo de vida para disponibilidade em longo prazo e reusabilidade. 

Agências de financiamento, universidades e governos têm valorizado a gestão de dados de pesquisa, uma vez que o acesso aos dados de aumenta a eficiência das atividades e o financiamento de pesquisa. Assim, muitas universidades estabeleceram ou planejam estabelecer serviços de curadoria de dados de pesquisa como parte de seus Repositórios Institucionais [1]. Entretanto, de nada adianta manter Repositórios Institucionais de Dados de Pesquisa se não houver envolvimento dos docentes, alunos e funcionários, bem como bons serviços de orientação e curadoria de dados de pesquisa.

Nesse cenário, qual é o papel do bibliotecário ou gestor de dados de pesquisa?

Quais são as práticas de curadoria de dados de pesquisa em repositórios institucionais que devem ser adotadas?

Antes mesmo de iniciar suas atividades de pesquisa, o pesquisador deve elaborar um Plano de Gestão de Dados e o bibliotecário pode apoiar o pesquisador nesse momento. Um bom Plano de Gestão de Dados já é meio caminho andado para um eficiente depósito e cadastro do conjunto de dados de uma pesquisa no Repositório Institucional. 

Reuniões e entrevistas com os pesquisadores para avaliar seus dados e necessidades de curadoria são recomendadas pois afetam positivamente as atividades posteriores que envolvem os dados. As reuniões determinam que tipo de ajuda os pesquisadores (fornecedores de dados) precisam: como os dados e a documentação de dados podem ser organizados, quais os melhores formatos e a nomeação de arquivos, além dos metadados mais apropriados. 

Dessa forma, em poucas palavras, serviços de curadoria de dados científicos incluem, mas não se limitam a:

  1. Receber solicitação de depósito de dados de pesquisa;
  2. Validar os dados do pesquisador; 
  3. Receber e transferir o Plano de Gestão de Dados do pesquisador para o Repositório;
  4. Receber e transferir os dados de pesquisa do pesquisador para o Repositório;
  5. Converter dados para diferentes formatos e/ou renomear arquivos;
  6. Identificar, adicionando metadados e descritores aos conjuntos de dados;
  7. Selecionar o período de preservação do conjunto de dados (curto, longo ou permanente);
  8. Selecionar o nível de acesso aos dados (público, embargado, restrito);
  9. Carregar e publicar o PGD e os dados depositados;
  10. Atribuir e ativar o DOI aos dados;
  11. Garantir a descoberta desses dados pelos mecanismos de busca como Google Data, por exemplo; 
  12. Manter os dados atualizados replicados em outros repositórios, para garantir sua preservação e acesso;
  13. Analisar o acesso e reúso dos dados;
  14. Elaborar Guias e Tutoriais baseados nas políticas institucionais e melhores práticas.

Longe de esgotar as discussões sobre o assunto, a ideia é começar a desmistificar o tema para iniciar o planejamento desse novo serviço na Biblioteca. Nesse processo, é importante refletir sobre as necessidades do pesquisador, as políticas adotadas pela instituição e as melhores práticas com relação à curadoria de dados de pesquisa para então adaptar os procedimentos a cada área de conhecimento, comunidade de pesquisa e realidade da Biblioteca.

== REFERENCIAS ==

[1] LEE, Dong Joon; STVILIA, Besiki. Practices of research data curation in institutional repositories: A qualitative view from repository staff. PLOS One, v.12, n.3, e0173987, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1371/journal.pone.0173987> Acesso em: 22 dez. 2018.

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