Como ser uma universidade de classe mundial (world class university)

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SIBiUSP 2015 – Por: Elisabeth Dudziak

Ano a ano tem crescido a importância dos rankings universitários. Baseados em metodologias quantitativas e em reputação, apresentam parâmetros estruturados com base em uma visão globalizada de qualidade, que nem sempre traduz o valor do trabalho desenvolvido e a relevância da universidade para o desenvolvimento local e regional. Em muitos aspectos, aderir aos rankings (e submeter-se a eles) significa buscar determinados padrões de desempenho só alcançados por world class universities (universidades de classe mundial).

Por outro lado, as características que distinguem uma universidade comum de uma universidade de classe mundial nem sempre são explícitas. Como Philip Altbach, diretor do Centro para Educação Superior Internacional do Boston College, escreveu em um artigo muito citado (“Os custos e os benefícios de universidades de classe mundial” – do original em inglês The Costs and Benefits of World-Class Universities“, publicado em 2004 na revista Academy): “Cada país quer uma universidade de classe mundial. Nenhum país sente que pode continuar sem ela. O problema é que ninguém sabe o que uma universidade de classe mundial é, e ninguém descobriu como conseguir uma “.

O editor da Times Higher Education World University Ranking, Phil Baty, parece saber a resposta: as universidades classe mundial Top 200, que representam 1% das melhores universidades do mundo, possuem as seguintes características:

  • Investem um total anual de $ 751.139 de salário por docente (em comparação aos $ 606.345 dispendidos em uma universidade top 400);
  • Têm uma relação de estudante por docente de 11,7 para 1 (em comparação a 12,5 para 1, proporção praticada nas universidades top 400); 
  • Pelo menos 20% do seu pessoal é de origem estrangeira (em comparação aos 18% em uma universidade top 400); 
  • Investem em pesquisa pelo menos $ 229.109 por docente (em comparação aos $ 168.739 investidos por uma universidade top 400); 
  • Publicam 43% de todos os seus trabalhos de pesquisa com, pelo menos, um co-autor internacional (em comparação a 42% nas top 400); 
  • Têm um corpo discente composto por 19% de estudantes estrangeiros (em comparação com 16% nas top 400) [1].

Diante de tais parâmetros, fica a pergunta: que universidade queremos? Ou seria mais adequado perguntar: que universidade podemos ter?

[1] Fonte: https://www.timeshighereducation.co.uk/world-university-rankings/news/the-formula-for-a-world-class-university-revealed

Como citar este post [ABNT/NBR 6023/2002]: 

DUDZIAK, E.A. Como ser uma universidade de classe mundial (world class university). Disponível em: <https://www.aguia.usp.br/noticias/universidade-classe-mundial-world-class-university/> Acesso em: DD mês. AAAA.