Relatório Horizon 2017 revela tendências para as Bibliotecas nos próximos cinco anos

Que tendências afetarão as bibliotecas universitárias de todo o mundo nos próximos 5 anos?

A edição de 2017 do NMC Horizon Report Higher Education Edition acaba de ser publicada e o Horizon Report 2017 Library Edition – relatório relativo às Bibliotecas – também tem nova edição.

O Horizon Report é um esforço colaborativo liderado pelo New Media Consortium (NMC) e a Iniciativa de Aprendizagem EDUCAUSE (ELI). Esta 14ª edição descreve os resultados anuais da pesquisa em andamento desenhada para identificar e descrever as tecnologias emergentes que possam ter um impacto na aprendizagem, no ensino e na pesquisa. Tendências chave e importantes desenvolvimentos na tecnologia educacional são colocados diretamente no contexto de seu provável impacto. horizon1

Do ponto de vista das Bibliotecas, as tendências que afetam o uso da tecnologia e sua adoção pelas bibliotecas de ensino superior são:

No curto prazo (1-2 anos)

1. Gestão dos dados da pesquisa. Gerenciar dados de observações que levam a novas idéias tornou-se uma parte crítica da divulgação do conhecimento científico. A crescente disponibilidade de relatórios de pesquisa através de bancos de dados, repositórios e bibliotecas digitais torna mais fácil para os estudantes, professores e pesquisadores o acesso a idéias em construção e trabalhos existentes. Nesse contexto, estão em alta os sistema de apoio à pesquisa, comumente conhecidos como CRIS – Current Research Information System – bases de dados destinada a armazenar e gerenciar as atividades de pesquisa de cada instituição. No contexto dos fluxos de trabalho cada vez mais digitais, as bibliotecas possibilitam experiências, testes e simulações, por meio de áudio, vídeo, outras mídias e visualizações. O surgimento desses formatos têm levado as bibliotecas a repensar os processos de gestão de dados em todo o ciclo de vida da pesquisa, desde a análise, visualização, compartilhamento, reúso, até a preservação, e a considerar seriamente a curadoria de dados e a responsabilidade da manutenção de formatos atualizados.

2. Valorização da experiência do usuário: refere-se à qualidade das interações de uma pessoa com serviços e produtos. Bibliotecários estão agora favorecendo abordagens mais centradas no usuário, aproveitando os dados em pontos de contato com os clientes para identificar as necessidades e desenvolver experiências atraentes de alta qualidade. No mundo digital, a interação online pode ser monitorada, contribuindo para melhorar a usabilidade, acessibilidade e a utilização de sites e bibliotecas digitais.

Em médio prazo (3-5 anos)

3. Apoio à criatividade dos usuários: uma mudança está ocorrendo em torno da prática pedagógica que ocorre nas universidades. Alunos, professores e pesquisadores de todas as disciplinas estão aprendendo, fazendo e criando, em vez de apenas consumir conteúdo. Criatividade, como evidenciado pelo crescimento de vídeos gerados por usuários, games, comunidades de produtores e projetos de crowdfunding nos últimos anos, são cada vez mais os meios mais eficazes para a aprendizagem ativa. As pessoas agora consideram as bibliotecas para ajudá-los e para fornecer ferramentas para desenvolver habilidades nessa área. As bibliotecas são ambientes ideais para a criação. Esta função é uma extensão natural de seu tradicional papel como facilitadores de criação de conhecimento e espaços onde é possível conectar-se a outros estudantes e professores. Para catalisar a criatividade, bibliotecas estão emergindo como makerspaces, habilitando serviços e tecnologias como impressoras 3D, displays flexíveis, ferramentas de produção de mídia, etc. As bibliotecas serão cada vez mais responsáveis ​​pela gestão do volume e variedade das criações que materializam.

4. Redefinição dos espaços da biblioteca: Em um momento em que a descoberta pode acontecer em qualquer lugar, os alunos não se restringem mais à biblioteca como a única fonte de acesso à informação e para encontrar um lugar para ser produtivo. Como resultado, os líderes institucionais estão começando a refletir sobre como o desenho dos espaços de biblioteca podem ser renovados para propiciar novas interações e atividades. 

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No longo prazo (5 anos ou mais)

6. Ações colaborativas e coletivas: no atual momento de orçamentos reduzidos e um maior foco em coleções digitais, as colaborações permitem que as bibliotecas invistam no acesso a materiais de pesquisa e na participação em projetos de cooperação e preservação. Cada vez mais, as bibliotecas estão se juntando em consórcios para combinar recursos ou para alinhar-se estrategicamente, desenvolvendo plataformas e tecnologias abertas, garantindo o acesso e a preservação sustentáveis. 

7. Evolução da natureza da comunicação científica: a comunicação científica cada vez mais vai além de livros e revistas impressas ou mesmo textos. Os conjuntos de dados podem incluir trabalho de pesquisa, programas interativos, visualizações complexas, e outros resultados não finalizados, bem como intercâmbios baseados nas redes sociais. Como atualmente a comunicação acadêmica ocorre em ambientes de rede, e pode ser acessada por meio de uma ampla gama de plataformas de publicação, espera-se que os bibliotecários tenham discernimento para validar a legitimidade dessas abordagens inovadoras e seu impacto sobre a comunidade de pesquisa, por meio de novas ferramentas altmétricas. Cresce também a importância das bibliotecas em relação às opções de acesso às publicações científicas.

Outras tendências gerais identificadas são: expansão da conveniência e acesso à informação, balanceamento de gastos em bibliotecas, flexibilidade em prol da inovação, criatividade e empreendedorismo com foco nos usuários, aumento das atividades analíticas em relação a dados e informações, biblioteca como locus de aprendizado autêntico e focado na descoberta, expansão da fluência digital, afastamento do modelo focado em livros, gestão da obsolescência do conhecimento, redirecionamento do papel dos bibliotecários em função das tendências, direcionamento das atividades das bibliotecas aos desafios sociais, integração das bibliotecas acadêmicas e de pesquisa ao currículo, foco em tecnologias de aprendizagem, visualização de informações e dados, mídias sociais, assistência virtual, impressão 3 D – Makerspaces,  realidade virtual, gestão e mineração de big data para apoio à pesquisa e a decisões estratégicas, apoio à gestão de identidades digitais de pesquisadores e usuários em geral, Internet das coisas integrada à vida acadêmica. 

O Relatório ainda apresenta exemplos com links de ações, serviços e políticas já implantadas em algumas bibliotecas. 

== Sugestões adicionais de leitura ==

Five Librarians Discuss the Future of the Academic Book (PDF)
http://go.nmc.org/fivelib
(Christina Kamposiori, British Academy Review, January 2017.) The program officer of Research Libraries UK conducted interviews with academic librarians of varying backgrounds to frame a vision for the future of scholarly works. Among the perspectives surfaced was libraries’ active position in designing evolved resources and content.

Academic Book of the Future – Part of the AHRC/British Library Academic Book of the Future Project, this book interrogates current and emerging contexts of academic books from the perspectives of thirteen expert voices from the connected communities of publishing, academia, libraries, and bookselling.

Rethinking what our library can be
https://www.ucdavis.edu/news/rethinking-what-our-library-can-be
(UC Davis University Library, accessed 20 February 2017.) The UC Davis Library is soliciting suggestions from students, faculty, and researchers about how the library’s space, technology, and services can best serve their needs. Phase one involves visioning, phase two focuses on detailed programming, and phase three is the actual design.

How to Measure the Future
https://www.abcd.usp.br/wp-content/uploads/2023/02/How-to-measure-the-Future.pdf
(How to Measure the Future, 2018.) Using inexpensive sensors that collect data about a building’s usage, the Measure the Future project will help libraries track the number of visits, items patrons browsed, and which parts of the library were busy during specific times. The data collected will inform the strategic decisions of librarians, creating more effective operations.

Researcher-library collaborations: Data Repositories as a Service for Researchers
https://www.abcd.usp.br/wp-content/uploads/2023/02/Researcher-library-collaborations-Data-Repositories-as-a-Service-for-Researchers.pdf
(Andrew S. Gordon et al., Journal of Librarianship and Scholarly Communication, 22 September 2015.) The digital repository Databrary has collaborated with NYU Libraries to harness library staff skills in developing technical infrastructure for data management and sharing. Libraries can also benefit from adopting Databrary’s practices of working with scholars to better
understand how to support their research processes.

Academic Libraries and the EDUCAUSE 2017 Top 10 IT Issues
https://www.abcd.usp.br/wp-content/uploads/2023/02/Academic-Libraries-and-the-EDUCAUSE-2017-Top-10-IT-Issues.pdf
(Bohyun Kim, EDUCAUSE Review, 17 January 2017.) Academic libraries and institutional IT departments are facing similar challenges in data management. Staff from both sectors can work in tandem to develop operational guidelines to inform data-driven decisions to improve student success and operational efficiency.

Improving Library Websites
https://americanlibrariesmagazine.org/2017/01/03/improving-library-websites/
(Carrie Smith, American Libraries Magazine, 3 January 2017.) Libraries looking to optimize the user experience on their websites can explore these tips and product recommendations to help them give patrons more efficient access to a wider online catalog.

User Experience in Libraries: Can Ethnography Help?
https://referisg.wordpress.com/2016/07/02/user-experience-in-libraries-can-ethnography-help/
(Helen Edwards, referisg, 2 July 2016.) Ethnography can be a valuable avenue to a broader understanding of UX in libraries because it focuses on how users behave — not just their direct feedback; in some cases, users cannot articulate their own needs or incorrectly predict how they may use a service.

Web Accessibility Toolkit
https://library.educause.edu/resources/2014/5/web-accessibility-toolkit
(Association of Research Libraries, accessed 17 February 2017.) This seminal guide aims to help research libraries meet the charge of inclusivity in digital space. Guidance on universal design and technical standards is offered to improve accessibility of web content; users can also view a directory of other institutional policies addressing these challenges.

Opportunities for Academic and Research Libraries and Wikipedia
https://www.ifla.org/wp-content/uploads/2019/05/assets/hq/topics/info-society/iflawikipediaopportunitiesforacademicandresearchlibraries.pdf
(The International Federation of Library Associations and Institutions, 2016.) This paper describes the potential for collaborations between Wikipedia editors and academic and research libraries to promote open knowledge resources, improve students’ critical assessment skills, and help develop and disseminate toolkits for reusing Wikipedia’s content and metadata.

Organizing the Work of the Research Library
https://sr.ithaka.org/publications/organizing-the-work-of-the-research-library/
(Roger C. Schonfeld, Ithaka S+R, 18 August 2016.) In this research project, Ithaka S+R interviewed selected library directors to gain insight into the leadership and change management issues associated with the organizational structure of research libraries.

The Research Data Alliance
https://rd-alliance.org/
(Research Data Alliance, accessed 21 February 2017.) The Research Data Alliance provides a forum for members to come together in working groups to develop and adopt infrastructure that promotes data-sharing and datadriven research.

Effective Techniques for the Promotion of Library Services and Resources (PDF)
https://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1094561.pdf
(Zhixian Yi, Information Research, March 2016.) A study of academic libraries at Australian universities examined the prevalence and efficacy of a variety of techniques for marketing library services to their campus communities. Digital promotions were considered effective, especially social media campaigns that foster interactivity and support user-generated content.

Yale Libraries Adapt in Digital Age
https://yaledailynews.com/blog/2016/10/13/yale-libraries-adapt-in-digital-age/
(Ishaan Srivastava and Ryan Gittler, Yale Daily News, 13 October 2016.) At Yale University, the Personal Librarian Program provides students with a single point of contact throughout their time at the institution.

Library Data Labs Project
https://libraryservices.jiscinvolve.org/wp/2016/10/library-data-labs-project/
In this project, five cross-institutional teams from 23 universities supported by Jisc analyzed library data to gain specific insights on library-related services and present them using appropriate data visualizations. Issues addressed included electronic resources usage, using dashboards to support excellence frameworks, and use and impact of library facilities and spaces.

Research Data Services in Academic Libraries: Data Intensive Roles for the Future?
https://pubs.er.usgs.gov/publication/70158975
(Carol Tenopir et al., Journal of eScience Librarianship, 2015.) This article reports the findings of a research study conducted to identify levels of research data service (RDS) academic libraries have provided since 2011. The study was conducted across academic institutions in North America with the intent to assess RDS growth and identify avenues and challenges to future growth.

Digital Literacy, Identity and a Domain of One’s Own
https://dougbelshaw.com/blog/2016/09/15/digital-literacy-identity/
(Doug Belshaw, DML Central, 15 September 2016.) As more people develop their personal and professional websites and profiles on borrowed domains, the author posits that identity is at stake; he suggests that owning one’s domain is the equivalent of building a customized house versus renting an apartment with a short-term lease.

Robot Librarian Designed by Aberystwyth University Students
https://www.timeshighereducation.com/librarian-robot-designed-aberystwyth-university-students
Students at Aberystwyth University in Wales have prototyped “Hugh,” an artificially intelligent robot that accesses electronic card catalog information to lead library patrons to materials’ physical locations following a verbal query. Library staff are working with the students as they test the robot’s location awareness and navigation capabilities.

How to Conduct a Library Platform Services Review and Selection
https://www.infotoday.com/cilmag/oct16/Gallagher–How-to-Conduct-a-Library-Services-Platform-Review-and-Selection.shtml
(Matt Gallagher, Information Today, October 2016.) This article offers a practical guide to critically assessing and selecting an LSP. The author recommends that libraries situate LSP considerations within the broader context of institutional technology infrastructure.

New UK-wide Service Will Transform Library Collaboration
https://libraryservices.jiscinvolve.org/wp/2017/02/new-uk-wide-service-will-transform-library-collaboration-the-national-bibliographic-knowledgebase/
(Jisc, 3 February 2017.) Jisc has partnered with global library cooperative OCLC to build a system supporting the creation of a national bibliographic knowledge base for the UK. The project will leverage technology used by OCLC’s WorldCat database to aggregate digital resources and metadata to ensure sustainable access for scholars.

Internet of Things Applications in Academic Libraries
https://www.ripublication.com/ijitls16/ijitlsv5n1_01.pdf
(Ashwini Nag, Research India Publications, 2016.) This paper explores how IoT concepts such as magic mirror technology, pressure sensor pads, and wireless sensor networks can enhance academic library services and resource utilization and management.

Understanding the Opportunities and Risks of the Internet of Things Environment on Campus
https://evolllution.com/technology/tech-tools-and-resources/understanding-the-opportunities-and-risks-of-the-internet-of-things-environment-on-campus/
(Chuck Benson, The evolllution, 27 January 2017.) IoT systems can change institutional facility management models, improve the capabilities of safety systems on campus, and facilitate a better research environment for faculty and students. However, institutions must prepare for substantial complexity in managing IoT before making investments.

Challenges Facing the Formation of Library Cooperation and Resource Sharing
https://journals.pen2print.org/index.php/ijr/article/view/6731
(Jaffar Msafiri Ponera, International Journal of Research,January 2017.) The author examined collaborations between two Tanzanian university libraries. Recommendations include the development of formal cooperative policies at each institution and the signing of memoranda of agreement detailing the sharing of information resources.

Ascending Bloom’s Pyramid: Fostering Student Creativity and Innovation in Academic Library Spaces 
https://crl.acrl.org/index.php/crl/article/view/16566
(Mark Bieraugel and Stern Neill, College & Research Libraries, February 2016.) The authors explore the way in which the design of spaces either fosters or impedes creative processes and behaviors.

Horizon Report 2017. Disponível em: https://library.educause.edu/resources/2017/2/2017-horizon-report