Acesso aberto: lançamento do Plano S adiado para 2021

Pesquisadores e editores têm mais um ano para fazer a transição para o acesso totalmente aberto, depois que a data de lançamento do Plano S foi adiada para 2021. Esta é uma tradução livre da matéria original publicada por Rachael Pells para a Times Higher Education e intitulada Open access: Plan S launch delayed until 2021 [1].

Publicando as diretrizes revisadas, os arquitetos da iniciativa da Science Europe disseram que a necessidade de prorrogar o prazo de janeiro de 2020 – a apenas seis meses do prazo original – foi um “tema recorrente” nas respostas de consultas à comunidade de pesquisa.

As novas regras, publicadas em 31 de maio, dizem que os pesquisadores apoiados pelos órgãos de financiamento participantes devem tornar seu trabalho livre e imediatamente disponível após a publicação, a partir de janeiro de 2021.

Três possíveis rotas para a conformidade permanecem. Os pesquisadores podem publicar seu trabalho diretamente através de um periódico ou plataforma de acesso aberto, ou simultaneamente através de um periódico de assinatura e repositório de acesso aberto.

Os autores também poderiam publicar seu trabalho em acesso aberto por meio de “acordos de transformação”, por exemplo, onde as instituições assinam acordos com as editoras que se comprometem a passar de modelos de assinatura para o modelo de acesso aberto. Este modelo é preferido por algumas editoras, incluindo a Springer Nature.

Na proposta da Springer Nature, os editores poderiam se intitular “editores transformadores”, que se comprometeriam a aumentar o nível médio de acesso aberto em seus títulos “pelo menos na proporção de órgãos financiadores de pesquisa, instituições e consórcios”, e promoveriam o acesso aberto aos pesquisadores, divulgando as métricas de artigos agregados, mostrando como, por exemplo, obtêm mais leitores e citações do que os documentos de acesso fechado.No final de um período de transição, todos os trabalhos dos editores – em títulos que anteriormente eram híbridos ou assinados – estariam disponíveis em acesso aberto, até mesmo títulos como o Nature [2].

As diretrizes revisadas confirmam que os periódicos “híbridos” que oferecem um mix de conteúdo de assinatura e acesso aberto não são suportados mas o adiamento do início do período de transição de três anos permite o uso continuado deles, significando que agora o prazo vai até 2024.

“Os princípios-chave [do Plano S] permanecem os mesmos; queremos um movimento oportuno para abrir o acesso e compensar totalmente os custos – para que você não pague duas vezes pelo mesmo produto ”, disse David Sweeney, presidente executivo da Research England e co-presidente da força-tarefa de implementação do Plano S.

As diretrizes revisadas também enfatizam a necessidade de maior transparência em torno dos custos na publicação acadêmica, uma vez que os financiadores apoiam as taxas de processamento de artigos associadas a muitas formas de publicação em acesso aberto.

Os arquitetos da Plan S dizem que, até janeiro próximo, eles listarão os serviços de publicação que os editores deverão avaliar – por exemplo, revisão por pares e edição de texto – certamente no nível da editora e, idealmente, no nível da revista.

Os financiadores “podem decidir padronizar e limitar o reembolso dos serviços que cobrirão através de seus financiamentos”, diz a orientação, e as organizações participantes podem coletivamente “decidir implementar limites de forma coordenada se forem observados níveis de preços não razoáveis”, diz a orientação.

Stephen Inchcoombe, diretor de publicação da Springer Nature, disse que recebeu com satisfação as emendas feitas, mas alertou que “a velocidade com que financiadores e instituições financiam o acesso aberto e os autores aceitam o acesso aberto simplesmente não está no controle das editoras”. O prazo de transição de três anos para os títulos híbridos foi “potencialmente contraproducente”, argumentou ele, e “poderá em breve ter um efeito negativo sobre o número de instituições dispostas a entrar em acordos transformadores de três ou quatro anos”.

Também sob a orientação revisada, os financiadores participantes assinaram os princípios de declarações como a Declaração de São Francisco sobre Avaliação de Pesquisa, que diz que o fator de impacto não deve ser usado para julgar a qualidade da publicação acadêmica.

Desde o seu lançamento em setembro de 2017, 19 agências de financiamento públicas e privadas se inscreveram para o Plano S – com a maioria vindo da Europa, incluindo a UK Research and Innovation. Outros apoiadores incluem o Wellcome Trust e a Fundação Bill & Melinda Gates.

A orientação revisada não se aplica a livros ou monografias, com propostas do Plano S nesta área que devem ser anunciadas até o final de 2021.

== Referências ==

[1] PELLS, R. Open access: Plan S launch delayed until 2021 . Times Higher Education, 31 May 2019. Disponível em https://www.timeshighereducation.com/news/open-access-plan-s-launch-delayed-until-2021  Acesso em: 31 maio 2019.

[2] PELLS, R. Springer Nature proposes model for open access transition. Times Higher Education, 10 May 2019. Disponível em: https://www.timeshighereducation.com/news/springer-nature-proposes-model-open-access-transition Acesso em: 31 maio 2019.